sexta-feira, 4 de março de 2011

Depressão

Quase quatro anos se passaram, e eu muitas vezes me pergunto o que mudou em mim. Ainda sinto o mesmo vazio, um dia ensolarado muitas vezes não me aquece, e apesar de não estar sozinha, ainda sinto que estou.
Eu aprendi a ser forte, eu precisei ser forte, mesmo quando não tive forças. Precisei sorrir e fingir uma felicidade que na verdade não existia, e todos acreditaram. Eu fui embora, me tiraram tudo, até mesmo o que eu nunca tive, eu vivi uma vida que nunca foi minha, menti o tempo todo, e quando alguém me perguntava se eu estava bem, eu dizia que sim. Vi as pessoas que eu mais amo fingindo, dizendo que era apenas uma viagem, férias, mas todos sabiam que não, não era uma viagem, não era férias e eu não estava bem, e fingiram tão bem quanto eu. Eu aprendi a mentir, até que chegou o dia que minha mente controlou meu coração. Eu voltei, e voltar talvez tenha sido pior do que ter ido, não era uma volta, era uma nova viagem, não havia mais nada da minha vida ali, nada. E o que eu fiz? Fingi, remédios me ajudam tão bem nisso, por vezes até eu mesma acreditava, até seu efeito passar, e eu ver que nada em mim tinha passado de fato. Álcool e drogas fizeram parte da minha vida, eu não tinha uma vida, eu brinquei de escrever uma história que não era a minha. Eu precisei mentir o tempo todo, eu me vi triste e desamparada só para ver os outros felizes. As vezes eu me pergunto se voltei mesmo, eu já nem sei quem sou. Eu me perdi dentre idas e vindas, e se me perguntar hoje se estou bem, ah! Eu estou sobrevivendo bem. Mas sabe, eu ainda espero um futuro bom, aquele que um dia deixei de acreditar, o qual tentei estragar tantas vezes, e dessas vezes restaram cicatrizes para me lembrar que o passado é um fantasma que nunca vai embora.
Eu ainda espero alguma coisa boa para mim...

(Andy)

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